O Mundo em Suas Mãos

O Mundo em Suas Mãos
Divina Misericórdia, eu confio em Vós!

Pesquisar este blog

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Rio 450: Viva a Carioquice!

Rio de Janeiro 450 anos, coração do meu Brasil!



 Rio em Flor de Janeiro
Carlos Drummond de Andrade
A gente passa, a gente olha, a gente pára
e se extasia.
Que aconteceu com esta cidade
da noite para o dia?
O Rio de Janeiro virou flor
nas praças, nos jardins dos edifícios,
no Parque do Flamengo nem se fala:
é flor é flor é flor,
uma soberba flor por sobre todas,
e a ela rendo meu tributo apaixonado.
Pergunto o nome, ninguém sabe. Quem responde
é Baby Vignoli, é Léa Távora.
(Homem nenhum sabe nomes vegetais,
porém mulher se liga à natureza
em raízes, semente, fruto e ninho.)
Iúca! Iúca, meu amor deste verão
que melhor se chamara primavera.
Yucca gloriosa, mexicana
dádiva aos canteiros cariocas.
Em toda parte a vejo. Em Botafogo,
Tijuca, Centro, Ipanema, Paquetá,
a ostentar panículas de pérola,
eretos lampadários, urnas santas,
de majestade simples. Tão rainha,
deixa-se florir no alto, coroando
folhas pontiagudas e pungentes.
A gente olha, a gente estaca
e logo uma porção de nomes populares
brota da ignorância de nós todos.
Essa gorda baiana me sorri:
? Círio de Nossa Senhora? (ou de Iemanjá?)
? Vela de pureza, outra acrescenta.
? Lanceta é que se chama. ? Não, baioneta.
? Baioneta espanhola, não sabia?
E a flor, que era anônima em sua glória,
toda se entreflora de etiquetas.
Deixemo-la reinar. Sua presença
é mel e pão de sonho para os olhos.
Não esqueçamos, gente, os flamboyants
que em toda sua pompa se engalanam
aqui, ali, no Rio flóreo.
Nem a dourada acácia,
nem a mimosa nívea ou rósea espirradeira,
esse adágio lilás do manacá,
esse luxo do ipê que nem-te-conto,
mais a vermelha aparição
dos brincos-de-princesa nos jardins
onde a banida cor volta a imperar.
Isto é janeiro e é Rio de Janeiro
janeiramente flor por todo lado.
Você já viu? Você já reparou?
Andou mais devagar para curtir
essa inefável fonte de prazer:
a forma organizada
rigorosa
esculpintura da natureza em festa, puro agrado
da Terra para os homens e mulheres
que faz do mundo obra de arte
total universal, para quem sabe
(e é tão simples)
ver?






































quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

RRR = Reciclar Reutilizar e Reduzir

Reciclar = é transformar materiais usados em novos materiais.

Reutilizar = é usar materiais que iriam para o lixo, transformando em outros objetos.

Reduzir = é usar com inteligência e economia os recursos da natureza. 


Repensar para reeducar é refletir sobre o uso como usar melhor os recursos da natureza, usando aquilo que é necessário.













terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Escola: Solo Sagrado





"Visitar escolas, conhecer pessoas, aprender com quem faz a diferença professando a crença no ser humano...

É de futuro que nos alimentamos para
educar. Protagonistas da própria história nascem nesses encontros."














Solo sagrado

Ouvi esta história de uma secretária de educação. Numa cidade do interior deste imenso país, crianças esperavam, com ansiedade, a inauguração de uma escola. Estudavam elas em espaços improvisados. Sem nenhum conforto nem estrutura. Mas estudavam. Ao lado, o novo prédio ia se erguendo. O tempo parecia não passar, mas, enfim, chegara o dia da inauguração. Festa da comunidade. A escola é um centro de luz que irradia saberes e futuros. Que prepara para a vida. Que edifica os alicerces de um mundo em construção. Famílias estavam presentes. Educadores entusiasmados. 
Algumas semanas depois, a secretária foi visitar a escola. Quando estava chegando, viu a cena que a comoveu. Um menino simples, que viera caminhando em ruas de terra, tirou um pano da bolsa surrada que trazia algum material e limpou a sola dos chinelos antes de pisar no solo sagrado da escola. Não reparou que estava sendo observado. Fez isso por convicção. A secretária o abordou querendo saber onde ele aprendera aquilo. Ele, pleno de simplicidade, explicou que, naquele espaço, ele se preparava para crescer, para ser um homem de verdade, para dar orgulho aos seus pais que nunca puderam estudar e para cuidar deles, retribuindo todo o esforço que fizeram e ainda faziam por ele.
Ela me contou essa história com lágrimas nos olhos, dizendo que nos surpreendemos, todos os dias, com o que aprendemos com nossos alunos. Na simplicidade de um menino que reconhece o esforço dos pais e que se alimenta dos sonhos de amanhãs, preenchemo-nos de responsabilidades cientes de nosso poder de fazer a diferença na educação. Ter olhos de ver o que, de fato, acontece ao nosso redor, no solo sagrado de cada escola, na transformação cotidiana que somos capazes de realizar, na decisão inegociável de jamais desistir de nenhum aluno. É assim que educamos. É assim que renovamos nossos votos de que ser professor é professar a crença de que cada pessoa humana merece a oportunidade de ser feliz.
Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo)