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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Carnaval


Um carnaval que "não" passou em minha vida

"Os carnavais trazem manifestações de arte e de música em diferentes estilos por este gigante país. "


Há uma canção de carnaval, de Paulinho da Viola, em que, ao declarar seu amor pela Portela, fala de sua mania de amar e de um rio que passou em sua vida. A primeira estrofe é uma homenagem ao coração que tem mania de amor, de amar. 

“Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar
Meu coração
Tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar”
Prossegue a canção, fazendo uma homenagem à sua escola do coração, aos sentimentos despertos ao ver a agremiação entrando na avenida. Carnaval é a celebração da alegria, as tristezas precisam respeitar esses dias. Nos tamborins, na marcação da bateria, no samba-canção, nos passistas que aguardam esse momento para desfilar, nos olhares atentos, ávidos de surpresas. Como virá a minha escola este ano? Qual será sua história, capaz de afogar minhas mágoas em um ano que poderá não ter sido tão bom? Não. Não se trata de ingenuidades, de fuga da realidade. Trata-se de emoção. E é isso que nos move.
“Porém! Ai, porém!
Há um caso diferente
Que marcou num breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de Carnaval
Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém
Que não me lembro anunciou
Portela, Portela
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou...
Ah! Minha Portela!
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo o meu corpo tomado
Minha alegria voltar
Não posso definir
Aquele azul
Não era do céu
Nem era do mar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar!”
Os carnavais trazem manifestações de arte e de música em diferentes estilos por este gigante país. Ritmos, poses, passos, cada estado, cada região, cada bairro, em alguns casos, têm o seu. Das escolas de samba aos trios elétricos, das marchinhas às batidas com quase nenhuma letra, do romantismo à curtição breve. É assim o carnaval.
Há exageros e eles, geralmente, estragam a festa. Bebidas em excesso, euforias incontidas de foliões deseducados que invadem o direito do outro, tristes cenas que extrapolam o sentido da festa. Acidentes de carro em decorrência do álcool. Brigas por ciúme. Agressões desnecessárias – aliás, agressões são sempre desnecessárias. Tirando esses desajeitamentos, o jeito é brincar o carnaval. Mesmo que, em casa, ouvindo algumas músicas com a família ou acompanhado por lembranças de algum tempo. Cada um escolhe a sua folia.
Tenho muitas lembranças de carnaval. Algumas da minha infância em Cachoeira Paulista, cidade pequena do interior de São Paulo. Cidade grande de histórias que compuseram o enredo da minha vida. Minha mãe tinha uma amiga que faleceu no último ano. Mina. Ela gostava de carnaval. E gostava de gostar. Ela nos surpreendia, a mim e aos meus primos, crianças que se aninhavam para ouvir suas histórias e ver seus disfarces. Vestia-se de Charles Chaplin, o artista que trouxe tanta alegria na sua profunda tristeza. Que disse o não dito com gestos e com arte. Mina vestia-se assim. E se pintava, maquiando-se de alegria. E ficava nas esquinas da pequena cidade assustando com delicadeza os passantes. E nós ríamos. E corríamos atrás dela. E brincávamos de chamar as pessoas para ver o desfile de imitações que ela fazia. Dias de carnaval. Vidas carnavalizando-se. Fui crescendo e participando dos blocos da minha cidade. Depois, de algumas escolas de samba do Rio e de São Paulo. Outros mundos. Dimensões diferentes. Preparação de um ano inteiro para contar uma história em alguns minutos na mágica avenida. A vida de uma comunidade desfilando. Homenageados emocionados. Enredos que marcam. Fantasias de dias que comovem turistas de todas as partes do mundo. O carnaval é uma parte do Brasil. Já estive nos carnavais da Bahia e do Recife. Os blocos que não terminam. A dança que mistura tradição com o tempero do novo, que esbanja nossa criatividade. Mas os carnavais da minha infância nunca saíram de mim. Não sabia, na época, quem era Charles Chaplin, o homem que nos ensinou que "a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos", que nos falou de bondade e de ternura como uma necessidade, "Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá.”
Não sei se Mina conhecia os seus pensamentos. Talvez, não. Dedicava-se ela a cuidar dos pais, era essa sua profissão. E dos amigos para os quais não economizava em canções de prontidão. Porque é de presença que a amizade se alimenta. Este ano, vou passar escrevendo. Irei apenas um dia ao sambódromo de São Paulo. Nos outros, vou aproveitar para colocar meus textos em dia. E, no escrever, as lembranças de tantos carnavais. De Mina, a que se foi, em 2014, e – quem sabe – lá no Céu esteja dançando como Chaplin, orando como uma santa, cuidando como uma amiga que nunca passou. Amores que não duram apenas a folia do carnaval, mas que permanecem no fluxo de nossa história. Viver com gosto de futuro nos alimenta de amanhãs, mas relembrar o passado acalenta as nossas mais nobres emoções. Saudade.
Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 15/02/2015
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Carnaval no Rio de Janeiro


 Ao som de sambas-enredo e marchinhas,a cidade do Rio de Janeiro recebe milhões de foliões em suas ruas, quadras e na Sapucaí




 História - No ano de 1840, a alta sociedade carioca começou a realizar bailes de carnaval no Rio de Janeiro. Inspirados nas festas que aconteciam na Europa, os encontros eram regados a muita bebida comida e ritmos tipicamente europeus, como a valsa, a quadrilha. Enquanto isso, nas ruas da cidade, milhares de foliões continuavam a brincar o entrudo - festa portuguesa em que foliões fantasiados dançam e jogam limões de cheiro, farinha ou água nas outras pessoas que brincavam.
Algumas décadas depois, começam a surgir os primeiros cordões e os ranchos carnavalescos cariocas, embalados por muitos elementos da cultura negra. As duas manifestações originaram os blocos de carnaval e as escolas de samba da cidade.

Grande Rio - Armação Copinhos de plástico para representar o fundo do mar de corais.


Escolas de Samba do Rio De Janeiro
Viradouro
Mangueira
Mocidade
Vila Isabel
Salgueiro
Grande Rio
São Clemente
Portela
Beija-Flor
União da Ilha
Imperatriz
Unidos da Tijuca

Entre outras escolas 

Ah! Minha Portela!

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