"Trabalhar é participar da tarefa de construir o mundo." Gabriel Chalita |
Em uma roda de jovens, a discussão sobre o mercado de trabalho e as novas profissões tomou um rumo muito interessante. As incertezas sobre que caminho seguir na vida sempre povoaram a mente daqueles que, ávidos por um futuro, têm a preocupação de não errar nas escolhas. Antigamente, parecia mais definitivo. Cursar uma faculdade era renunciar a qualquer outra possibilidade. Parecia ser aquela a profissão que exerceria a vida toda. Hoje, há maior flexibilidade. Cursar mais de uma faculdade é possível, há cursos de pós-graduação para áreas tão distintas. Há graduações à distância. Mudar de emprego e de área também não é mais incomum. Em outros tempos, os sonhos das famílias para o destino dos seus filhos eram restritos a áreas como medicina, direito, engenharia e algumas poucas outras. Ser doutor era quase uma exigência. Hoje, há incerteza nos pais até na compreensão do que faz o profissional de áreas como mecatrônica, medicina nuclear, ecogastronomia, entre outros. Os cursos de gastronomia, turismo, hotelaria vão ganhando mais adeptos. As áreas todas de tecnologia mostram-se como caminhos interessantes de sucesso profissional. A criatividade, o design, a moda ganham mais força.
Falavam sobre essas questões aqueles estudantes, quando um disse da preocupação com outros jovens que não tinham qualquer preocupação. Daqueles que trilhavam caminhos sem volta. Comentavam sobre os tantos tipos de vícios. Dos amigos que se perdem. Foi quando um deles ensinou: “Ainda não sei que vestibular prestar. Tenho muitas dúvidas. Gosto de muitas coisas. Agora, de uma coisa, eu não abro mão. Da minha liberdade. Liberdade é uma profissão inegociável. O resto, a gente ajeita”.
É isso. Às vezes, há excesso de preocupação com profissões que remuneram mais ou menos e há falta de cuidado com a essência da realização humana. É preciso educar nossos jovens para que saibam dizer “não” a tudo o que retira deles o que de mais precioso eles têm: a liberdade.
Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo)
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