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domingo, 24 de maio de 2015

Chaplin, o musical, a inspiração, o talento


"Chaplin, o Musical" é o tema de meu artigo de hoje. História de vida impressionante. Produção e direção impecáveis. http://goo.gl/Tkocpc 

Estreou, no Theatro Net São Paulo, "Chaplin, o musical".  Só essa notícia já mereceria uma comemoração. Musicais ajudam a cidade a solidificar, cada vez mais, sua vocação como Capital da Cultura. São Paulo, que já foi considerada a locomotiva do Brasil pela sua indústria, vai se firmando, hoje, em outras áreas. A cultura é uma delas. Peças de teatro, cinemas, museus, exposições, saraus literários em todos os cantos da cidade, e tantas outras manifestações culturais, agradam os paulistanos e atraem turistas de dentro e fora do Brasil. Mas a estreia de "Chaplin" tem outros ingredientes que merecem ser degustados com prazer.
Chaplin é um dos maiores artistas de todos os tempos. Fazia emocionar sem nada falar. Na delicadeza dos seus gestos, dizia o que era necessário. Brincava com o cotidiano. Cotidiano duro teve o menino que nasceu em Londres, que viu o pai humilhar a mãe, que viu a mãe se acabando, que foi criado em um reformatório, que fugiu da polícia e assim segue o seu doloroso início. Sobrevivente dos solavancos, estreou no cinema e foi construindo uma carreira que conquistou o mundo. Ator, diretor, produtor, homem carente de dizeres que melhorassem o mundo. Errou, certamente, como erramos todos nós. Seus erros, entretanto, exilaram-no, roubaram dele o que o fez ser amado. E todos esses percursos surgem de forma correta neste musical. Em "O Grande Ditador" Chaplin, enfim, fala. O cinema estava mudando. E o seu texto traz para o contexto daqueles tempos um alento de esperança:
"Desculpem-me, mas eu não quero ser um Imperador, esse não é o meu objetivo. Eu não pretendo governar ou conquistar ninguém.
Gostaria de ajudar a todos, se possível, judeus, gentios, negros, brancos. Todos nós queremos ajudar-nos uns aos outros, os seres humanos são assim. Todos nós queremos viver pela felicidade dos outros, não pela miséria alheia. Não queremos odiar e desprezar o outro. Neste mundo há espaço para todos e a terra é rica e pode prover para todos.
O nosso modo de vida pode ser livre e belo. Mas nós estamos perdidos no caminho. 
A ganância envenenou a alma dos homens, e barricou o mundo com ódio; ela colocou-nos no caminho da miséria e do derramamento de sangue.
Nós desenvolvemos a velocidade, mas sentimo-nos enclausurados:
As máquinas que produzem abundância têm-nos deixado na penúria.
O aumento dos nossos conhecimentos tornou-nos céticos; a nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco:
Mais do que máquinas, precisamos de humanidade;
Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.”
Trecho do filme “O grande ditador”, de Charles Chaplin. Tradução: Fernando Barroso.
A outra notícia boa é que a montagem brasileira de "Chaplin, o musical" é simplesmente genial. Jarbas Homem de Mello é Chaplin. Que perfeição! É o ator se entregando à personagem. E emocionando. O elenco todo está muito bem. Direção, direção musical, coreografia, figurino, cenografia. Enfim, aplausos ao talento do artista brasileiro e à coragem e determinação dos produtores. Este musical é produzido por Claudia Raia e Sandro Chaim.
Quem puder vá ao teatro. Esta peça é uma homenagem não só ao genial Charles Chaplin, mas à genialidade do que somos capazes de fazer por aqui.
Por:  Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 22/05/2015





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