O Mundo em Suas Mãos

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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Conviver





Nesta semana, lançamos o programa "Recreio nas férias". São inúmeras atividades de lazer e aprendizagem para crianças e adolescentes. As escolas são espaços privilegiados de convivência. Estava em um CEU, quando ouvi uma mãe dizendo ao filho: "Nossa, como é difícil conviver com você, somos muito diferentes". Olhei e vi o menino inquieto e a mãe emburrada. Conversei com os dois. Disse que ficava muito feliz em ver os pais frequentando as escolas. Que isso é fundamental, pois, por melhor que seja a escola, ela nunca substitui o espaço da família e não resolve as carências deixadas pelas ausências.
Fiquei pensando nas palavras ditas por aquela mãe a seu filho. É verdade. Conviver não é fácil. Talvez seja, exatamente, pelo fato de sermos diferentes. Todos nós. E as diferenças se alargam quando convivemos mais proximamente. Quantos amigos se estranham em viagens, quando se deparam com as surpresas do dia a dia. Quantas inquietações há nas cobranças de uma relação amorosa, se um não faz o que o outro sonhou. Da lembrança de datas especiais à desatenção na mudança de penteado. Projeto no outro o que gostaria que o outro acrescentasse em mim. Mas o outro não sou eu e, por isso, me frustro. Conviver exige compreensão das imperfeições e dos sonhos de cada um. É difícil; porém, belo. Porque exige arte. Paciência. E um pouco de sabedoria. Compreender o tempo e as escolhas individuais é uma grande aprendizagem. Mãe e filho são diferentes, mas o amor entre eles é como um cimento poderoso que resolve as saliências e edifica construções bonitas de histórias de vida. 
















Conviver sem amar é um desperdício. É o amor que ressignifica as relações e cria espaços saudáveis nos ambientes tantos que temos de frequentar. Casa, escola, trabalho, espaços públicos, mundos virtuais. Conviver sem amar pode ser inóspito, desagradável e desrespeitoso. O amor amplia minha visão sobre o outro e sobre a beleza das diferenças. Convivamos, pois, com amor e respeito. 

Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 17/07/2015


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