Dia de Proteção às Florestas é mote para luta permanente
Com a comemoração e mobilização de hoje, a ideia é conscientizar as pessoas sobre a importância da manutenção dos biomas
Com a comemoração e mobilização de hoje, a ideia é conscientizar as pessoas sobre a importância da manutenção dos biomas
Nesta terça-feira, 17 de julho, comemora-se o Dia de Proteção às Florestas. Em meio a decisões sobre o novo Código Florestal, campanhas de conscientização e mobilizações contra o aquecimento global, a preservação dos biomas é um alerta corriqueiro, entretanto boa parte das florestas já foi desmatada, tornando impossível fazer um levantamento sobre o número de espécies extintas. Se o pensamento de preservação não existir, muitas outras correm o risco de sumirem para sempre. Impactos como este afetam não só as árvores como toda a biodiversidade presente em uma floresta.
O Dia de Preservação às Florestas foi criado exatamente com esse objetivo: conscientizar a população brasileira da necessidade de manter e recuperar as áreas verdes devastadas, principalmente por fatores não naturais (atividade humana), como especulação imobiliária, abertura de estradas e espaço para a agricultura. O desenvolvimento a qualquer custo é um inimigo das florestas, mas é possível agir e desenvolver um País de forma sustentável, através de leis rígidas que combatem a devastação em massa e garantem o replantio das áreas afetadas.
Para a pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Unicamp (Nepam), Dionete Santin, o maior problema a respeito da falta de preservação no Brasil é a falta de educação ambiental. Segundo ela, não se pode exigir de pessoas sem informações ou conhecimentos sobre a importância das florestas que respeitem o Meio Ambiente. “A falta de educação ambiental do povo brasileiro, sobretudo os menos favorecidos, é o que mais preocupa”, ressalta. “Precisamos salvar o Meio Ambiente, mas essa educação tem que começar já na formação de cada um”, completa a pesquisadora, que fez um monitoramento de todas as áreas de florestas no município de Campinas (SP).
Existe a dúvida a respeito da proficuidade e eficiência de dias “comemorativos” como este. Muitos acreditam que poucas pessoas ficam sabendo que 17 de julho é um dia especial e outros, que ficam sabendo, não sabem qual a mensagem real que a comemoração quer passar. Todavia, Santin acredita que dias como este tem o seu valor e deveriam ser mais recorrentes, pois servem para lembrar e provocar a reflexão nas pessoas sobre o problema. Sendo assim, o Dia de Preservação às Florestas pode ser um meio de informar para toda a população sobre esta problemática.
O engenheiro florestal Sidnei Costa acredita que o brasileiro está cada dia se conscientizando mais da necessidade de manutenção das florestas. “Antes as pessoas faziam ecoturismo e deixavam lixo por todos os lados. Os rios eram afetados e, consequentemente, toda a mata ciliar era prejudicada. Hoje existe mais informação e as pessoas parecem que perceberam que sem árvores, rios e matas o clima também será afetado e trará consequências irreversíveis para o mundo inteiro”, disse. “O Dia de Proteção às Florestas é mais um sinal de que as florestas precisam ser preservadas e o homem sabe disso”.
Mesmo com a conscientização maior, os ambientalistas continuam preocupadíssimos com a destruição das florestas. O consumo cada vez maior e a falta de políticas ambientais podem acarretar em extinção total de biomas e de espécies, tanto da flora como também da fauna. “Muitos animais vivem e dependem da floresta para a sobrevivência. O fim de um bioma acaba com toda a biodiversidade presente nele, como os rios, os animais e as plantas”, afirma Sidnei Costa. “O mínimo a se fazer é criar políticas ambientais que garantam que as nascentes serão recobertas”, completa a pesquisadora Dionete Santin.
Santin sugere a isenção de IPTU para quem tem Áreas de Preservação Permanente (APPs) em sua propriedade e a conserva. Segundo ela, é um bom começo de política ambiental a ser introduzida em todo o País. Em Campinas, município da pesquisa de Santin, esse tipo de política já foi posta em prática.
Aulas e palestras sobre o tema são a solução na visão de Costa. “Se o brasileiro começar hoje a entender sobre a biodiversidade e os principais grupos que ela integra, com certeza daqui há 10 ou 20 anos o número de destruição ambiental será menor”, acredita. “Uma maior preservação da floresta pode começar no dia 17 de julho, mas os efeitos só serão percebidos se a preservação e a recuperação forem realizadas todos os dias. A comemoração é bem-vinda, mas é pouco diante da situação que se encontra os biomas do mundo”, alerta.
Há varias maneiras de recomposição das áreas verdes. Isso pode acontecer tanto naturalmente, quando florestas vizinhas de áreas degradadas avançam sobre áreas abandonadas ou quando animais levam um fruto com semente para outro local e essa semente acaba germinando; ou por ação humana, como o replantio.
por Gustavo Freitas
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